A Lerna, de Daniel Pizani Marçal, é uma travessia poética entre ruínas e fantasmas do cotidiano brasileiro.
- Coletivo Aspas Duplas
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
Há livros que contam histórias. Outros, que nos fazem lembrar. A Lerna faz ambos — e de uma maneira que raramente se vê. De uma estranha musicalidade, o poema divide-se em quarenta e quatro partes que nos levam por uma intensa jornada sobre o tempo, a cidade, os afetos e o país em que vivemos.
Começamos acompanhando um jovem que, em pleno carnaval, encontra cartas antigas de um amor do passado e precisa ir ao trabalho — e a partir daí, tudo se abre: o real se desmancha no delírio do cotidiano, e o delírio se ancora em lembranças, devaneios, visões, dores e ruínas.
Belo Horizonte — ora íntima, ora mítica — é o pano de fundo em que os trilhos de ferro, os varais, os viadutos e as goteiras convivem com deuses esquecidos, mortos não enterrados, travestis magoadas e trabalhadores anônimos. A cidade vibra como um corpo. Um corpo suado, carnavalizado, ferido, vivo.
A Lerna é um livro sobre a memória — aquela que fica impregnada nas paredes, nas roupas, nos corpos e nos papéis amarelados. É também uma obra sobre o trabalho, a exclusão, a espiritualidade profana, as ausências da família, o amor que falha e a esperança que insiste.
Este livro está agora em pré-venda e financiamento coletivo, e precisa da sua ajuda para ganhar o mundo. Ler A Lerna é aceitar o convite para mergulhar fundo nas contradições do nosso país, mas também na beleza com que a poesia pode sustentar aquilo que a realidade não dá conta de explicar.
Se você acredita que a literatura ainda pode nos transformar — mesmo que seja em silêncio, mesmo que seja tarde —, apoie A Lerna.
Sobre o autor:

Daniel Pizani Marçal (1994) é natural de Caratinga, interior de Minas Gerais. É bacharel em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG) e dedica-se ao desenho, à gravura e à pintura, além de ilustrador e escritor. Participou de exposições de desenhos e gravuras nas cidades de Viena (Áustria), Tallinn (Estônia), Cerveira (Portugal), São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, com destaque para as exposições "Serien Mappen", que reuniu a produção de portfólios de gravura de cinco artistas na cidade de Viena, Áustria (2021), e para a individual "Luz Irracional", realizada no Museu Guido Viaro, em Curitiba (2023).
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